LouCURAS de amor

Encontros, Desencontros e Respostas

Tiago Hènrique

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A vida toda eu procurei o amor.

Uma vez ainda adolescente li no meu signo: na verdade você não ama um alguém, você ama a ideia do amor…

A vida toda eu quis entender e experimentar o amor.

Sabe quando você tem toda liberdade do mundo de ser quem é?

Eu tive, eu tive… eu me esforcei tanto pra chegar lá, foi uma época atordoada onde emergiu do caos: a felicidade, ali, verdadeira… eu não sei o que aconteceu, eu não sei explicar, não tinha nenhum motivo aparente para interromper essa benção e a felicidade se foi, ou eu a deixei ir, ou eu a arremessei para longe de mim.

Ah!… Eu demorei tanto para entender a falta de felicidade, você não faz ideia!

A gente faz loucuras em nome do amor. Sabe o que eu descobri sobre o amor? O amor não é tão florido como se pinta, o amor é devoção, o amor é abrir mão de si mesmo e doar-se à alguém. A gente é que romantiza: amor é luta, amor é coragem, amor é entrega, amor é abdicação.

Então agora eu estou desconstruindo o amor, depois de abrir meu coração e examinar cada partícula dessa busca nos mapas da minha experiência… eu encontrei o amor.

E digo mais, além do amor eu encontrei a felicidade, eu a encontrei e deixei a escapar por entre as minhas mãos. Eu conheci a verdadeira felicidade, eu olhei nos olhos dela… e fui embora, eu não suportei ser feliz.

Veja bem o que eu disse: suportar ser feliz! Nós somos tão frágeis e vivemos vidas tão apressadas e desconectadas da nossa natureza, que passamos a vida sem conhecer as importâncias que mais nos faltam: o autoconhecimento e o conhecimento dos sentimentos e percepções que regem a nossa existência.

Aqui eu estou examinando, aprendendo e respondendo a questões que sempre me tocaram e me dei conta de que sou um privilegiado na Escola da vida. Agradeço a Deus por me permitir encontrar respostas que acalmam a alma e expandem a minha luz. Eu tento fazer com que esses aprendizados encontrem mais pessoas e que possam ajudar, espero que seja útil para alguém além de mim.

Me lembrei de uma época: eu ainda era garoto e vivia pedindo a Deus para me dar Sabedoria. Na minha experiência sempre me ocorria problemas que naquela fase de vivência eram graves e difíceis para enfrentar, então para mim a Sabedoria era forjada nos problemas e eu fiquei com medo de rezar pedindo sabedoria porque eu não queria mais sofrer… assim: eu encontrei a sabedoria, que para mim se traduz na capacidade de superar e ser resiliente diante uma situação crítica, difícil, problemática ou aguda.

Veja bem, o fato de eu mensurar minhas respostas e compreender os conceitos de como essas noções e encontros funcionam na minha órbita, não faz de mim um vivedor irradiado e pleno dessas concepções.

A explicação é como bálsamo na ferida, nos dá consciência e conhecimento. O dia a dia exige maiores habilidades e direcionamento.

Sabe o que eu acabei de perceber?! Que o amor me ensinou a felicidade, ah meu Deus, quem é maior agora: quem ensina ou quem nos leva até lá?… Foi o amor que me expulsou de onde eu estava, eu só queria paz: paz para os meus e paz para mim… poxa já estava difícil sintetizar: amor e felicidade… então agora deve ser a minha hora de procurar a paz… daí me lembro das conversas que já tive com Deus “que eu seja um instrumento de Vossa paz” como me ensinou São Francisco… é coisa demais pra um pequeno homem como eu, se Chico Xavier se dizia um cisco, imagina eu?

Pois bem, deve ser um tempo de paz.

Desconfio que a paz só pode ser encontrada na vivência do nosso mais profundo âmago, onde a solidão não alcança, a impulsividade não toca e a alma se eleva.

Eu que nunca tive medo da solidão, não posso dizer que ela não me assombra. Eu que tantos erros cometi em razão das minhas buscas, também não posso dizer que a impulsividade não me acomete. Eu que tento realizar os anseios da alma, tampouco posso dizer que por vezes não me sinto fraco, sem forças para romper com as dificuldades de ser humano.

Tem uma frase que gosto: não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual, somos seres espirituais vivendo uma experiência humana. Puxando outra citação me recordo do poeta Fernando Pessoa que nos disse: tudo vale a pena quando a alma não é pequena.

E eis que estou ressignificando minhas percepções e entendimento sobre a vida.

Amor, Felicidade, Paz

O Amor sabe suportar. A Felicidade requer entrega, plenitude e coragem. A Paz exige força, parece contraditório mas não é, trata-se de força interior, onde essa força se converge em leveza, consciência, paciência e amor… e então o ciclo recomeça. Tudo começa com o amor.

A paixão é uma faísca do amor sabia? A paixão é interessante porque tem um amor ardente e uma felicidade pulsante, a paixão é gostosa e divertida, chega a parecer amor e felicidade, mas paixão é diferente. Eu encontrei a paixão. A paixão é como fogo, na verdade é um fogo de vitalidade, não é exclusividade dos romances. Há paixão em brincar, há paixão em torcer, há paixão na alegria, há muitas paixões… e aqui está o segredo: esse fogo vitalício precisa ser alimentado, cuidado, praticado, exercido. A paixão requer prazer, expressão, reciprocidade, decisão. Coloque paixão no que você faz! Não se queime e nem deixe apagar a sua chama. A chama se acende com os seus ideais, com a sua liberdade, com a sua realização, com a sua plenitude.

Sabendo dessas composições, eis o que ainda também não encontrei: a decisão certa. Ela anda de mãos dadas com a paz às vezes, não dá pra afirmar que é sempre, porque por vezes uma decisão certa gera muita dor e demora a alcançar a paz. As decisões pela vida são inúmeras e não dá exatamente pra detectar, principalmente quando estamos aflitos, descontrolados ou perdidos. Saber tomar a decisão certa, é um exercício da paz que ainda tento resolver. Ao que parece a paz é a grande mestra, acima da sabedoria.

Alguns dizem que a voz de Deus vem com a paz… ou que nesses momentos de indecisão precisamos acalmar o coração e esperar a paz.

As lições que não aprendi não são fáceis de determinar.

Como escolher entre o Amor e a Felicidade?

Não é um paradoxo, é um simbolismo importante. Essa é uma pergunta que a minha intuição ousa responder mas eu não estou pronto para o que vem depois, porque o que vem depois eu ainda não conheço.

Já dizia algum sábio: é no desconhecido que reside o progresso. Mas depois de passar por tantos caminhos desconhecidos eu ainda estou me preparando para novas descobertas, eu vou com calma agora, serei sereno.

Mesmo que mar calmo não faça bom marinheiro, talvez eu tenha passado por tanta tempestade que já estou mais treinado para as turbulências da vida e quando eu estiver no mar novamente saberei guiar minha alma.

Amor ou felicidade?

Concluo: onde tem felicidade o amor brota. Mas o amor não é sinônimo de felicidade, ele é amor sabe? Lembra do que é o amor?

Quando a felicidade e o amor estão em sintonia então estamos realizados e esse é o elixir da vida.

Para viver dois polos positivos como a felicidade e o amor, é preciso a paz, e a paz eu ainda estou procurando. Vendo por essa ótica, imagino que a paz nasce do solo onde trabalhamos nossas imperfeições, e que plantamos e colhemos nosso destino.

Já é um bom passo saber onde a paz nasceu. Assim na minha bússola de experiências ela parece mais próxima, tenho algumas pistas como revelado, agora é saber como chegar lá…

Será que é pelo mar, a-mar, mesmo no gelo da indiferença? Será que é por terra, seguindo a rota cegamente? Será desbravando o fogo da experiência que queima? Será que é pelo ar… com seus ventos suaves e também incontroláveis?

Preciso respirar. Em uma experiência astral alguém me disse: Tiago você precisa respirar, você não está respirando… Até eu extirpar esses espinhos da indiferença, da cegueira, do incêndio, do descontrole, e aprender a lidar com os quatro elementos que guardam a paz, eu estarei trabalhando para alcançar essa fortaleza. Ainda que a minha dedicação não supere a indiferença, ainda que minha luz não dissipe a cegueira, ainda que meu alento não controle o incêndio, ainda que a minha direção não ensine ao descontrole. De uma coisa eu sei:

A minha alma está aberta entre o Céu e a Terra, e onde quer que seja: por água, terra, fogo ou ar, eu vou encontrar, eu vou encontrar a paz!

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@rezendefonseca

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Tiago Hènrique
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