Quem comprou esse papai?
Os filhos nos transportam para um mundo de amor e pureza.
Minha primeira crônica do ano, vem com muita felicidade após um período muito intenso e que forjou em mim: sabedoria, resiliência, força, compreensão, coragem e fé; dentre tantas outras indescritíveis características para quem se propõe a encontrar o caminho da sua verdade, do seu destino, da sua alma, da sua humanidade e da sua capacidade.
Os últimos três anos foram tão diferentes de tudo que já vivi, que tive que parar pra respirar, recalibrar, refletir, entender e decidir… decisões sobre a vida não são fáceis… muda tudo e muda pra sempre.
Mas vamos lá, em clima de férias, pela primeira vez passei uma semana com o meu filho após a separação; foi incrível, mágico, de um amor tão vivo e terno que pude não só me conectar com meu descendente, mas também comigo e com minha ascendente mãe: linda, doce, amigável e inspiradora.
Foram 7 dias visitando nossos familiares mais próximos: minha mãe, meu filho e eu. O Francisco hoje tem 2 anos e 11 meses, ele é: espetacular, genial, carinhoso, inteligente, amigo, divertido, brincalhão, criativo… ele tem uma essência única, um jeito próprio de ser que vai muito além dos pais. É maravilhoso poder conviver com ele, e ser seu pai é uma honra para mim.
O Francisco tem frases e interpretações típicas da idade, além de ser persistente e vencedor, ele não desiste de uma coisa que quer ou de uma história que deseja contar ou descobrir, como: como o Papai Noel faz pra chegar na casa das pessoas pela chaminé “aí ele sobe lá, desce a chaminé e cai aqui; não pode acender o fogo não!”. Papai Noel bem brasileiro esse, na Tia Graça e no Tio Léo chegaram pela chaminé da churrasqueira e ele só vem no natal, em janeiro não.
Ao gostar de um brinquedo ou outra coisa meu filho tem perguntado “quem comprou isso? Quem comprou aquilo? Foi a vovó que comprou? Foi o papai que comprou?” Aí vai e brinca, compartilha suas brincadeiras, nos envolve nas brincadeiras… curioso que só, quer pegar todo bichinho que vê e gosta de ir atrás do calango pra brincar de correr quando fingimos que ele tá vindo; passamos um tempão brincando de ir atrás do calango no quartinho; Francisco e eu já sintonizados na brincadeira, sem avisar minha mãe a chamamos pra ir atrás do calango; quando bato na porta simulando a movimentação do bicho e saio correndo, minha mãe sem saber de nada se assusta e nos mata de rir, ficou pra trás e se assustou de verdade tadinha, ainda bem que ela não tem problema de coração.
Dentre tantas boas-venturas dessas férias e de memórias inesquecíveis, ao tomar dedeira antes de dormir a criança fica mais aérea, variando e esperando o sono chegar… eis que termina a dose, o Franciso se vira pra dormir e gruda em minha orelha, quando penso que ele tá cochilando ele vem, olha pra mim e me diz:
Quem comprou esse papai?
Eu não sei se rio ou se choro, completamente de emoção e alegria, é como se o meu coração estivesse nas nuvens numa gratidão tão grande por esse tempo, pela vida, pelo agora. Porque o amanhã virá, mas com tudo que passei, eu sei que só existe o agora e é no agora que vou viver, sem brigar ou desejar o passado; sem forçar ou correr para o futuro, agora, simplesmente o agora.
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